quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tosar animais requer mais que criatividade



Conheça um pouco do trabalho importantíssimo desses profissionais
Helena Dias, do R7

É claro que criatividade é item fundamental para tosadores, mas engana-se quem pensa que o trabalho deles se limita a isso. Além da tosa, esses profissionais dão carinho, amansam e funcionam até como terapeutas dos pets. São eles que passam a maior parte do tempo com o bicho quando você o deixa no pet shop. E olha que essa profissão pode ser um tanto quanto perigosa, já que correm o risco constante de sofrer mordidas e arranhões

Bianca Mesquita, do Pet das Meninas, na zona sul de São Paulo, começou a tosar por conta própria e já exerce a profissão há 14 anos. Ela explica que além do amor pela profissão, é preciso ter cautela para evitar machucados.
- Já fui mordida na tosa duas vezes e não acho que há como se prevenir. A tesoura tem que estar longe e a mão tem estar perto do bicho, para que ele não se machuque.


Marcos Tomiceli, do Pet Real, na zona oeste da capital, afirma que esses incidentes são mais comuns com os principiantes.
- Se o animal está muito ofegante, o tosador corre risco de levar uma mordida. Quando o profissional está começando, alguém tem que ajudar, pois a pessoa ainda não tem malícia para saber se o cachorro vai morder.


Para Bianca, o entrosamento entre o especialista e o pet é fundamental para garantir uma tosa perfeita.
- Qualquer corte pode ser feito se há entrosamento. Mas às vezes, os animais estão mais estressados, agitados e acabam se mexendo na hora de passar a tesoura. Isso pode atrapalhar o resultado.
A tosadora explica que oferece um tipo de “recall” depois do serviço feito. Os donos podem levar os cães de volta para fazer um acerto ou outro. E para ela, erros são inadmissíveis: o cliente tem direito de pedir o dinheiro de volta.

Para Fábio Martins, tosador do Pet Shop Encrenquinhas, também na zona oeste, o dono deve explicar bem o que quer para o tosador, principalmente os detalhes.
- Ás vezes acontecem erros no corte por falha na comunicação entre nós e o proprietário.

Os tosadores também não devem ter medo de dar dicas aos donos sobre os melhores cortes. Bianca conta que alguns clientes deixam a tosa a seu critério, o que é um desafio, pois o resultado pode não ser o esperado. Alguns donos fazem pedidos extravagantes demais, por isso é importante que o tosador dê seus pitacos. Fábio conta que costumava tosar um poodle que o dono queria sempre fazer a tosa de schnauzer, que é completamente diferente.
- O animal ficava engraçado e virava o centro das atenções, pois saía com sombrancelhas de schnauzer.

Como escolher um bom tosador


Ser fiel a um tosador é uma boa ideia para garantir um bom resultado no corte e evitar o estresse do animal. Você gosta de trocar de cabeleireiro todo mês? Pois é, o seu bicho também não. Por isso, é importante que você saiba escolher um bom profissional. Tomiceli aconselha a olhar o currículo, pedir indicações de conhecidos e assistir ao trabalho do especialista.
Para ser tosador não é obrigatório ter uma formação específica, mas um curso preparatório é requisito de muitos pet shops. Atualmente, já existem aulas rápidas com duração de poucos dias para quem quer se especializar no assunto, mas segundo Tomiceli, esses cursos são um absurdo e podem dar problemas. Uma pessoa que não sabe as técnicas pode ferir o animal.
- Fiz um curso que durou dois meses e mesmo assim acho que foi pouco tempo. Quando comecei, ainda tinha muitas dúvidas e receios. Só tive segurança mesmo depois de um ano de prática.
A experiência e o cuidado com o animal, segundo Bianca, são fundamentais. Alguns precisam de mais cuidado com os obesos e idosos.
- Muitas vezes temos que ficar virando os animais mais gordinhos na mesa para fazer o corte. Já os velhinhos não podem ficar muito tempo de pé. Existem ainda os cães que são alérgicos à lamina e com verrugas.

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