NAIRÓBI (Reuters) - A população de leões do Quênia pode desaparecer nos próximos 20 anos devido à mudança climática, destruição do hábitat, doenças e conflitos com homens, informou o órgão responsável pelos animais selvagens do país nesta segunda-feira.

Os leões estão entre os chamados "Cinco Grandes", ao lado dos elefantes, búfalos, leopardos e rinocerontes que são as principais atrações turísticas dos parques do Quênia.

O Quênia, bastante dependente dos dólares dos turistas, perdeu uma média de 100 leões em cada ano nos últimos sete anos, passando de 2.749 leões em 2002 para cerca de 2 mil dos grandes felídeos atualmente, informou o Serviço de Animais Selvagens do Quênia (KWS, na sigla em inglês).

"A questão do declínio da população de leões é perturbadora e é necessário que se faça um esforço para assegurar que o Quênia tanto estabilize sua população dos atuais 2 mil leões, quanto aumente os números a um nível ecologicamente aceitável", disse o KWS em comunicado.

Eles disseram que estão rastreando cinco leões para monitorar seus movimentos e entender melhor o conflito humanos-leões no ecossistema do sul Amboseli.

O parque Tsavo National -- famoso por dois leões canibais que devoraram trabalhadores que estavam construindo uma estrada de ferro ao arrastá-los à noite nos anos 1890 -- tem apenas 675 leões, informou o KWS.

A saga dos leões canibais de Tsavo foi contada em um filme de 1996 por Vil Kilmer e Michael Douglas, chamado "A Sombra e a Escuridão".

(Reportagem de Helen Nyambura-Mwaura)