quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mais sobre tumores de mamas



Tumores de mamas em cadelas e gatas é um tema que sempre desperta muito interesse em proprietários, pois é uma doença bastante grave e que traz muita preocupação para os donos dos animais que desenvolvem a doença. Por isso aí vai mais uma matéria sobre esse assunto:


Os tumores da glândula mamária são os tumores mais comuns nas cadelas. Segundo estudos a ocorrência de tumores mamários acomete 2 em cada 1000 cadelas. Mais da metade dos tumores mamários caninos são malignos, o que significa que tem potencial para propagar-se para outras partes do corpo.

A maioria deles torna-se aparente como um inchaço na área da glândula mamária, comumente em cadelas acima de 6 anos. Outras condições podem resultar em glândulas mamárias dilatadas ou inchadas, e é necessário uma biópsia com avaliação microscópica do tecido removido por um patologista treinado para fazer o diagnóstico de tumores mamários benignos ou malignos. Tumores mamários malignos, também referidos como “câncer de mama”, podem ser sub-classificados como vários tipos de carcinomas, adenocarcinomas, tumores mistos malignos ou menos comumente, sarcomas.
Quanto um tumor mamário maligno é diagnosticado em uma cadela, é adequado realizar uma serie de testes para saber o estagiamento do câncer, o que significa simplesmente determinar se o tumor tem metástase (se espalhou) e a extensão da propagação. Esses testes incluem radiografias do tórax e do abdômen e ultra-sonografia do abdômen. Os locais mais comuns de metástase de câncer de mama são os linfonodos e o pulmão.
Deve-se notar entretanto que nódulos menores do que alguns milímetros (menos de 0,5 cm) não serão detectados por estes exames. Por esta razão, células tumorais microscópicas e nódulos cancerosos muito pequenos não podem ser detectados ou descartados por estes exames.
A remoção cirúrgica do(s) tumor(es) é o tratamento de escolha para tumores mamários benignos e malignos que não se espalharam além do tecido mamário e dos linfonodos adjacentes. A maioria dos tumores mamários benignos é curável por cirurgia e assim como cerca de metade dos tumores mamários malignos. Isso é possível porque alguns tumores mamários malignos na cadela não se espalham tão depressa e podem ser removidos antes que aconteça. A masctectomia “radical” não demonstrou ser mais eficaz que uma cirurgia mais limitada. Os tumores com mais de 3 cm e os tumores de grau maior (como classificado pelo patologista) tem mais probabilidade de recidivar (79% de recidiva em 1 ano) do que os tumores menores e os tumores de grau histopatológico menor (30% de recidiva em 1 ano).
Após a remoção cirúrgica do tumor mamário maligno, o animal deve ser examinado pelo veterinário periodicamente para determinar se o tumor recidivou tanto na área mamária como em outra localização do corpo. Um exemplo de uma escala típica para o exame seria reavaliar o animal com 1,3,6,9,12,18 e 24 meses após a cirurgia. Essas avaliações incluiriam exame físico completo, radiografia e ultra-sonografia.
Um protocolo de quimioterapia eficaz para câncer de mama canino ainda não foi definido. Uma pequena percentagem das cadelas teve remissão parcial com quimioterápicos. Como a cirurgia sozinha é bem sucedida em muitos casos, a quimioterapia em geral é reservada para tumores que não podem ser removidos cirurgicamente.
É importante notar que o câncer mamário pode ser evitado na cadela através ovariohisterectomia precoce (castração). Relatou-se que o risco de desenvolver tumores mamários nas cadelas é de 0,05% para as cadelas castradas antes do primeiro cio, de 8% para as cadelas castradas após o primeiro e antes do segundo cio e de 26% para as cadelas castradas após o segundo cio. Por esta razão, cadelas que não serão usadas com finalidade de procriação devem realizar ovariohisterectomia precoce.

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