terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cães também têm artrite e artrose



Diferentes fatores podem causar artrite (inflamação tê­­nue) ou artrose (crônica) em cachorros. Exercícios com movimentos bruscos, quedas, atropelamentos, tendência genética e obesidade devem ser motivo de preo­cupação e atenção dos donos.

Cães de pequeno porte, como poodle, maltês, pinscher e yorkshire são mais frágeis e têm predisposição ao problema por terem a musculatura e os ossos mais delicados. A maioria vive dentro de casa, subindo e descendo escadas e móveis, sendo que o chão normalmente é liso. Esse tipo de ambiente facilita a queda, segundo Carlos Leandro Henemann, médico veterinário e cirurgião ortopedista da Alles Blau Pet Care. “O cão geralmente escorrega, força a articulação e corre o risco de uma queda brusca, propiciando o aparecimento de uma lesão.”
Raças de grande porte, como la­­brador e pastor alemão também são geneticamente propensos, principalmente se tiverem hábitos sedentários, pois tendem a ser pesados, o que força as articulações. Henemann indica que os cachorros com tendência ao problema devem fazer uma avaliação anual para detectar uma possível inflamação, o que torna o tratamento mais eficaz.
Mas não é só a raça que determina o surgimento da doença. Obesidade e fraturas não tratadas corretamente podem gerar uma artrose a longo prazo. O tratamento precisa ser feito com um médico especializado. Além da cirurgia, às vezes é necessário fisioterapia e acupuntura. “Traumas leves podem ser tratados com anti-inflamatórios e analgésicos, mas sempre com a orientação de um médico”, diz Henemann. Casos em gatos são bem incomuns. “Quando acontecem, geralmente estão associados a traumas de alto impacto, como atropelamentos ou quedas”, conta.
A pinscher Sandy, de 10 anos, há dois meses teve uma artrose na patela e problemas na coluna. “Ela precisou fazer cirurgia e agora está fazendo fisioterapia”, diz Gabriel Floriani, 24 anos. A cachorrinha ainda não pode andar muito, só quando sai para fazer xixi. “Ela dorme com meus pais e recebe muito carinho da família”, diz o dono. A médica veterinária Marina Chueiri, especialista em fisioterapia, é quem cuida de Sandy. “A cachorrinha está reagindo muito bem ao tratamento e logo estará completamente recuperada”, diz.

Saiba como identificar uma lesão em seu pet e os cuidados que devem ser tomados

Sinais clínicos

Dificuldade em urinar, defecar, levantar ou se abaixar.
Relutância em fazer exercícios ou em subir e descer obstáculos.
Observe atentamente se o cão está mancando, pois eles costumam disfarçar muito bem.
Se o cão demonstrar que não consegue apoiar uma das patas ou mancar visivelmente, a inflamação pode ser grave.
Quando sente dor, o animal tende a poupar o membro para não fazer força. Também pode mudar de comportamento, ficando mais quieto.

Cuidados

Mantenha-o em um peso adequado para o seu tamanho.
Quando for brincar ou exercitar seu pet, prefira superfícies que não sejam lisas, de preferência a grama.
Procure ensinar o cão a não subir e descer dos móveis (como pular do sofá bruscamente quando a campainha toca).
Faça acompanhamentos médicos regulares caso a raça tenha predisposição ao problema.

Fonte: Carlos Leandro Henemann, médico veterinário e cirurgião ortopedista

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